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Com a saúde bucal do trabalhador em dia, ganham o empregado e o empregador

 

A odontologia do trabalho, especialidade surgida em 2001, tem como objetivo primordial compatibilizar a atividade laboral com a saúde bucal do trabalhador. Diversas são as áreas em que agentes interferem na qualidade de vida das pessoas e isso vale também para a odontologia do trabalho: é fundamental que o cirurgião-dentista tenha acesso ao ambiente de trabalho (escritório, fábrica, agremiação) a fim de proceder ao rastreamento e ao monitoramento da saúde bucal do trabalhador, especialmente no sentido de evitar ou diagnosticar precocemente o surgimento de doenças bucais ocupacionais.

A falta ao trabalho por motivos diretamente relacionados a questões odontológicas é frequente, especialmente por dor nas articulações temporo-mandibulares, odontalgia e diversos outros problemas.

Cada profissão – e dentro destas, cada especialização – tem uma relação peculiar com doenças ocupacionais relacionadas à Odontologia. Um bom exemplo é o da situação dos trabalhadores expostos, no ambiente de trabalho, a névoas ácidas. O efeito dessa exposição pode resultar em alterações bucais como a erosão dos dentes e o comprometimento da saúde gengival – predispondo ao desenvolvimento da endocardite bacteriana, que pode levar à morte.

O trabalhador que utiliza a voz como instrumento de trabalho pode enfrentar outro problema relacionado à Odontologia, que é o comprometimento da articulação temporo-mandibular, situação que, não mo­nitorada, é responsável por dores fortes que interferem em todo o sistema estomatognático, com reflexos até no processo digestivo.

Espera-se que sindicatos, trabalhadores e empresas compreendam que a prevenção é a medida mais econômica para a manutenção da saúde bucal. Hoje, multas empresas já inseriram a odontologia do trabalho em seu quadro da equipe de segurança e saúde.

A avaliação da saúde bucal ocupacional é feita por meio de rastre-amento de toda a cavidade bucal. Mucosa, dentes, gengiva, palato, língua são examinados, já que muitos agentes relacionados ao ambiente de trabalho, além das já citadas névoas ácidas, são potencialmente, causadores de câncer bucal. Multas vezes, uma gengivite persistente tem origem no ambiente laboral e essa hipótese pode passar ao largo das preocupações do cirurgião-dentista. O rastreamento e monitoramento permitem detectar as lesões em fase inicial, cujo tratamento demanda menos tempo que um caso mais grave, potencialmente objeto de cirurgia e licenças mais longas ou até aposentadoria precoce.

 

Fonte: REVISTA DO CROSP